quarta-feira, 28 de julho de 2010

Disfarce!

O poeta à paisana pode nem parecer poeta.
Pode ter sorriso largo,
Pode se fazer de vagabundo,
Pode ter cachinhos dourados,
Pode ser até que tenha barba.

Mas quando vira realmente poeta,
Não precisa de toga, distintivo, jaleco e nem de trema.
Apesar de ter isso tudo, quando necessário.
O poeta julga as palavras,
decreta presas as escolhidas
e corta-as minuciosamente,
encaixando tudo estavelmente.

E não é só um poeta,
É toda a história, todos os outros poetas,
cada juíz, policial, médico e engenheiro
que deixaram para o poeta essa missão
de saber tudo juntar.

Caso seja identificado um poeta à paisana,
O melhor é tratá-lo com respeito,
Pois apesar de saber sorrir, de não fazer nada,
De ter cabelo ou até uma barba,
O poeta está sempre buscando aquilo
Que aos outros sempre faltará, sem que saibam:
A pura poesia, escondida em cada canto.

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